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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 15: A Encruzilhada da 8ª Série

26 out

Chegando à 8ª série, José Carlos já era um adolescente com um olhar mais maduro sobre o mundo. Com 14 anos, ele sabia que o final do ginásio marcaria o início de uma nova fase. Era o momento de escolher seu caminho, e essa escolha estava ficando cada vez mais difícil.

As pressões em casa continuavam. Nivaldo acreditava que ao final da 8ª série, José Carlos deveria começar a se preparar para ingressar no Colégio Militar, o que garantiria uma educação de qualidade e, eventualmente, uma carreira sólida no Exército. José Carlos, por outro lado, estava cada vez mais certo de que seu futuro passava pelos estudos, pela escrita, e agora, pelas ciências. Ele tinha o sonho de fazer faculdade, de explorar áreas como biologia, história ou até mesmo tecnologia, áreas que fascinavam sua mente curiosa.

O conflito entre pai e filho foi se intensificando ao longo do ano. José Carlos não queria decepcionar Nivaldo, mas também não queria abrir mão de seus próprios sonhos. Maria Júlia, sempre ao lado do filho, tentava mediar a situação, lembrando Nivaldo que o mundo havia mudado, e que José Carlos deveria ter o direito de escolher seu próprio destino.

Foi também na 8ª série que José Carlos teve contato com um projeto de iniciação científica na escola. O projeto, liderado por seu Eugênio, incentivava os alunos a desenvolverem pesquisas sobre temas diversos. José Carlos, encantado com a ideia, escolheu estudar o impacto da poluição no rio que cortava a cidade vizinha. Seu projeto foi um sucesso, e ele acabou sendo convidado para apresentar suas descobertas em um evento regional de ciências.

Esse reconhecimento fez com que José Carlos percebesse que seu talento ia além dos limites de sua cidade. Ele tinha potencial para algo maior, algo que lhe permitisse explorar o mundo ao seu modo. E, com isso, crescia dentro dele a certeza de que a vida militar não era para ele.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.