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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 20: A Preparação Intensa

30 out

O vestibular para a Escola Técnica não era fácil. O colégio era conhecido por ser altamente competitivo, atraindo estudantes de todo país. As provas envolviam uma combinação de matérias que exigiam tanto raciocínio lógico quanto uma base sólida em ciências e conhecimentos gerais, áreas que José Carlos já dominava, mas sabia que precisaria intensificar seus estudos se quisesse ter chances.

Determinado a passar, José Carlos montou um plano de estudos rigoroso. Dividia seu tempo entre a escola regular e as revisões para o vestibular. Thiago, que também estava estudando para a mesma prova, tornou-se seu companheiro de jornada. Eles passavam horas na biblioteca, alternando entre os livros de eletrônica e as apostilas de matemática avançada. Enquanto os amigos começavam a explorar a adolescência com festas e distrações, José Carlos se isolava cada vez mais em seu mundo de números, textos, circuitos e fórmulas.

Os meses de preparação não foram fáceis. A pressão vinha de todos os lados. Seu pai continuava a questioná-lo sobre o Colégio Militar, sugerindo que a eletrônica poderia ser um caminho instável, enquanto sua mãe, Maria Júlia, fazia o possível para apoiar o filho sem entrar em conflito com Nivaldo. A tensão dentro de casa era constante, e José Carlos sentia o peso de ser o primeiro a querer trilhar um caminho diferente dos valores tradicionais de sua família.

Certa noite, depois de uma discussão mais acalorada com seu pai sobre o futuro, José Carlos foi até o quintal de sua casa e ficou observando as estrelas. Ele pensava sobre o que queria para si mesmo. Sabia que a eletrônica lhe dava a oportunidade de seguir algo que lhe garantisse uma profissão, mas ao mesmo tempo não era exatamente o que ele tinha sonhado. O preço emocional era alto.

“Será que estou fazendo a escolha certa?”, ele se perguntava, olhando para o céu. “Ou estou apenas fugindo do que esperam de mim?”

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 19: O Despertar para a Tecnologia

30 out

Após terminar o ginásio, José Carlos estava em um ponto crucial de sua vida. A paixão pelas ciências e pela literatura havia crescido ao longo dos anos, mas agora, aos 14 anos, ele começava a vislumbrar o futuro de maneira mais concreta. A amizade com Thiago, seu companheiro de aventuras tecnológicas, havia despertado em José Carlos um interesse crescente pela eletrônica e pela tecnologia. Os momentos em que desmontavam aparelhos e exploravam o funcionamento de circuitos e sistemas elétricos passaram de simples curiosidade para algo mais profundo: uma possível vocação.

Com as pressões em casa continuando, especialmente por parte de seu pai Nivaldo, que ainda insistia na ideia do Colégio Militar, José Carlos começou a procurar alternativas que pudessem unir suas paixões. Foi então que ele ouviu falar da Escola Técnica de Eletrônica de uma cidade em Minas Gerais, um renomado colégio de segundo grau voltado para a formação técnica em eletrônica. Thiago, que já estava decidido a seguir essa área, foi quem apresentou a ideia a José Carlos.

“Você tem jeito pra isso, cara”, disse Thiago, animado. “Além disso, é um caminho que pode te levar longe. A tecnologia está mudando o mundo, e nós podemos fazer parte disso.”

Essa conversa ficou gravada na mente de José Carlos. A eletrônica parecia um meio-termo entre o desejo de seu pai por uma carreira sólida e o seu próprio interesse por entender o funcionamento do mundo. E assim, a decisão foi tomada: ele iria se preparar para o vestibular da Escola Técnica.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.