Arquivo | novembro, 2024

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 43: A Jornada na Graduação em História

29 nov

Quando José Carlos começou sua graduação em História, sentiu-se como alguém que finalmente encontrava o próprio lugar no mundo. A sala de aula era um espaço repleto de discussões vibrantes, reflexões profundas e vozes diversas. Pela primeira vez, ele estava rodeado de pessoas que compartilhavam sua curiosidade sobre o passado e seu desejo de compreender como os acontecimentos moldaram a sociedade.

A faculdade de História representava para José Carlos muito mais do que uma escolha acadêmica; era a chance de explorar uma paixão que o acompanhava desde jovem. Ele via o curso como uma forma de conectar suas reflexões sobre política, sociedade e cultura com um entendimento mais profundo das raízes dos problemas e das lutas que definiam o mundo ao seu redor.

José Carlos cursava a faculdade no período noturno, o que significava que seus dias começavam cedo com o trabalho como técnico em eletrônica e só terminavam tarde da noite, após as aulas. Apesar do cansaço, ele sentia-se energizado pelo conteúdo que aprendia e pelas discussões com os colegas. Ler textos de historiadores renomados e debater sobre períodos históricos eram atividades que acendiam nele uma paixão renovada.

Os professores eram figuras inspiradoras para José Carlos, especialmente aqueles que traziam abordagens críticas e reflexivas sobre temas como a colonização, os movimentos sociais e as revoluções. Ele se destacava nas aulas por seu entusiasmo e sua capacidade de relacionar o conteúdo acadêmico com o contexto atual.

Com o passar dos semestres, José Carlos começou a construir uma visão crítica sobre a história. Ele entendia que estudar o passado não era apenas uma questão de memorizar datas e fatos, mas de interpretar eventos, identificar padrões e compreender como as relações de poder moldavam o destino das sociedades. Essa perspectiva reforçava sua paixão pela política, pois ele enxergava no estudo da História uma base para atuar no presente com consciência e responsabilidade.

As disciplinas de História do Brasil, História Contemporânea e Introdução aos Estudos Históricos foram as que mais marcaram José Carlos. Ele se encantava especialmente com as histórias das revoluções e dos movimentos de resistência. Esses temas alimentavam sua esperança de que, assim como no passado, as pessoas poderiam transformar o futuro por meio da organização e da luta.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 42: Um Propósito Renovado

26 nov

O curso de História trouxe a José Carlos um senso de propósito que ele nunca havia experimentado antes. Ele se via fascinado pelas aulas, e o estudo dos eventos, líderes e movimentos sociais despertava nele o desejo de, um dia, também fazer a diferença. As disciplinas sobre história do Brasil e revoluções sociais reforçaram sua vontade de se envolver com temas políticos, entendendo que a história não era apenas um relato do passado, mas uma ferramenta para interpretar e transformar o presente.

Embora trabalhar como técnico em eletrônica não fosse sua ocupação dos sonhos, ele encarava essa fase como parte de seu amadurecimento. Sabia que, com cada dia que passava, estava um passo mais próximo de concluir a faculdade e trilhar o caminho que realmente o apaixonava. A vida, para José Carlos, tornava-se uma combinação entre o presente que ele construía e o futuro que almejava — um futuro onde poderia unir o conhecimento histórico ao seu desejo de influenciar e representar pessoas.

José Carlos entendia que esse não seria um caminho rápido ou fácil. Havia o cansaço físico e a constante necessidade de dividir o foco entre o trabalho técnico e os estudos, mas ele seguia em frente com a determinação e a energia que sempre o caracterizaram. Essa fase de sua vida representava o ponto de virada que ele precisava para encontrar seu verdadeiro propósito, e cada aula, cada instalação e cada cliente atendido o aproximavam mais de seu objetivo final. Assim, mesmo entre cabos e antenas, José Carlos sentia-se mais motivado do que nunca, confiante de que, um dia, todo o esforço valeria a pena.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 41: Um Novo Caminho

24 nov

Após desistir da engenharia, José Carlos dedicou um tempo para refletir sobre o que realmente queria fazer da vida. Ele compreendeu que sua paixão estava em entender o mundo não apenas através de fórmulas e circuitos, mas por meio das histórias e da compreensão das trajetórias humanas. Assim, decidiu cursar História, um campo que combinava perfeitamente com seu desejo de entender o passado e de se conectar com as grandes narrativas que moldaram a sociedade. Porém, José Carlos logo percebeu que trilhar esse novo caminho exigiria sacrifícios e dedicação — e, principalmente, uma forma de custear a faculdade.

Para tornar seu sonho viável, José Carlos aceitou um trabalho como técnico em eletrônica, aproveitando a formação que obtivera. O emprego era no emergente setor de TV por assinatura, uma área promissora e em expansão, que demandava técnicos capacitados para instalar e realizar a manutenção dos novos sistemas de transmissão de TV. Embora não fosse exatamente o que sonhava, José Carlos enxergava na oportunidade uma maneira de financiar seus estudos e, ao mesmo tempo, se manter ativo na área técnica que dominava.

Conciliar o curso de História com o trabalho técnico não era fácil. José Carlos passava o dia inteiro em campo, visitando residências para instalar decodificadores, ajustar cabos e resolver problemas nos sistemas de TV por assinatura. Ao final do expediente, ele ainda precisava se deslocar para a faculdade, onde cursava História no período noturno. Sua vida se dividia entre o mundo técnico durante o dia e o universo acadêmico à noite, repleto de livros, debates e reflexões sobre o passado.

Embora fosse exaustivo e muitas vezes ele se sentisse cansado ao chegar para as aulas, José Carlos sabia que cada dia de trabalho representava um passo a mais em direção ao seu sonho.

Nos primeiros meses, José Carlos enfrentou o cansaço e as longas jornadas com determinação. Ele estudava nos intervalos de almoço, aproveitando ao máximo qualquer tempo livre para revisar as matérias da faculdade. No entanto, longe de ser um sacrifício desgastante, ele se sentia motivado. Cada instalação concluída significava não apenas um salário, mas um apoio concreto ao seu sonho de seguir em frente nos estudos.

Trabalhar na área de TV por assinatura também trouxe algumas lições inesperadas. Em cada visita técnica, José Carlos encontrava pessoas de diferentes origens, com histórias de vida que muitas vezes compartilhavam durante as longas instalações. Curioso e sempre extrovertido, José Carlos aproveitava esses momentos para conversar e entender mais sobre as vivências dos clientes. Para ele, essas conversas eram como “mini aulas” de história e cultura, pois lhe davam uma perspectiva real sobre como o passado e as experiências das pessoas se misturavam na vida cotidiana.

Além disso, o trabalho ajudou José Carlos a desenvolver a habilidade de resolver problemas rapidamente e de se adaptar a situações diversas. Cada instalação era um novo desafio e, com o tempo, ele começou a aplicar essa mentalidade em seus estudos, vendo a história como um campo de pesquisa que também exigia soluções criativas e análise cuidadosa.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 40: Uma Breve Jornada na Engenharia

22 nov

Um ano após concluir o curso técnico em eletrônica, José Carlos decidiu seguir um caminho que, para muitos, parecia natural: ingressar no curso de engenharia. Sua formação técnica e habilidade com eletrônica o tornavam um candidato promissor para a área, e a escolha parecia lógica. Porém, logo no início, José Carlos começou a perceber que algo estava errado. Por mais que estivesse cercado de tecnologia, cálculos e projetos, ele sentia que sua essência não se encaixava completamente naquele ambiente.

O primeiro semestre foi marcado por um misto de entusiasmo e frustração. José Carlos se dedicava às matérias com disciplina, mas o conteúdo técnico e o foco em cálculos e fórmulas exigiam uma concentração que, ao contrário do que ele esperava, não o entusiasmava. A paixão que antes o movia parecia mais distante a cada aula. Ele sentia falta das conexões humanas, dos debates e das discussões, algo que sempre fez parte de sua personalidade extrovertida.

Conforme o semestre avançava, José Carlos começou a questionar se realmente queria seguir a engenharia. Ele percebia que seu interesse estava menos em entender minuciosamente as engrenagens e mais em compreender o mundo através de outros prismas, como a política e a história. As interações que ele tinha no curso de engenharia pareciam distantes e técnicas, muito diferentes das relações vibrantes e profundas que sempre valorizou.

Nas aulas, ao invés de se sentir instigado, José Carlos percebia que a engenharia exigia uma dedicação à exatidão e ao rigor técnico que, apesar de importante, não refletia seus desejos mais profundos. Ele queria explorar mais a mente humana, entender o passado e fazer parte de algo que pudesse tocar diretamente a vida das pessoas. Mesmo com a pressão para continuar e com o esforço que já havia dedicado, José Carlos entendeu que a engenharia não era para ele.

Ao final do primeiro semestre, José Carlos tomou a decisão de deixar o curso de engenharia. Para muitos, essa escolha foi uma surpresa, já que, tecnicamente, ele tinha o perfil ideal para seguir adiante. Contudo, José Carlos sabia que insistir em algo que não correspondia à sua paixão seria um desperdício, tanto de tempo quanto de energia.

Ao abandonar a engenharia, José Carlos se sentiu mais leve e com espaço para buscar outros caminhos, talvez ligados à política, aos estudos de história ou a qualquer outra área que lhe permitisse aliar o conhecimento ao seu desejo de estar próximo das pessoas e fazer a diferença.

A engenharia havia sido apenas um capítulo breve na vida de José Carlos, mas fundamental para que ele compreendesse mais sobre si mesmo e sobre o que realmente queria.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 39: A Primeira Experiência Profissional

20 nov

Logo depois de terminar o curso da escola técnica, José Carlos conseguiu uma oportunidade de estágio na Valetel, uma empresa especializada na fabricação de transmissores de TV e receptores de satélite. Era sua primeira experiência em uma indústria, e ele sabia que aquele estágio seria um marco importante na sua carreira. A Valetel era conhecida pela inovação em tecnologia de transmissão, e José Carlos sentiu-se empolgado com a chance de mergulhar em um campo tão avançado e dinâmico.

O ambiente da Valetel era desafiador e exigia dedicação. Logo no início, José Carlos foi apresentado a uma equipe de técnicos e engenheiros responsáveis por testar e aperfeiçoar os transmissores de TV e os receptores de satélite que a empresa produzia. Ele se surpreendeu ao ver o processo complexo e detalhado necessário para que esses equipamentos chegassem ao consumidor final. Desde a montagem e calibração até os testes de recepção e transmissão, tudo demandava precisão e conhecimento técnico.

José Carlos começou o estágio com tarefas básicas, como organizar peças e componentes e auxiliar nos testes iniciais dos transmissores. Mas, com o tempo, ele ganhou a confiança dos supervisores e passou a ter mais responsabilidades. Ele aprendeu a programar os receptores de satélite, a calibrar sinais de transmissão e a detectar e corrigir falhas nos circuitos eletrônicos. Cada dia era uma nova oportunidade de aprendizado, e José Carlos aproveitava ao máximo as orientações dos engenheiros e técnicos mais experientes.

Um dos momentos mais marcantes foi quando ele participou do desenvolvimento de um novo modelo de receptor de satélite. Era um projeto sigiloso e ambicioso da Valetel, que exigia um nível de precisão e confidencialidade que José Carlos nunca havia experimentado antes. Trabalhar no projeto exigiu várias horas extras e dedicação intensa, mas a experiência o fez perceber o quão importante era a união entre a teoria que aprendera na escola e a prática real na indústria.

O estágio na Valetel foi fundamental para José Carlos. Além de aprimorar suas habilidades técnicas, a experiência mostrou a ele como a indústria de eletrônica era dinâmica e em constante evolução. No entanto, apesar de todo o aprendizado e da imersão no setor, José Carlos também percebeu que seu interesse continuava mais voltado para as histórias e trajetórias humanas do que para os circuitos e transmissões.

Essa percepção reforçou a decisão de José Carlos de explorar seu lado mais humano e social, sem abrir mão do conhecimento técnico que a Valetel lhe proporcionou. O estágio não só foi uma etapa crucial em sua formação profissional, mas também reafirmou seu verdadeiro propósito.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 38: A Despedida da Escola Técnica

17 nov

O momento de deixar a escola técnica, onde havia passado três intensos anos, foi marcado por um misto de nostalgia e expectativa para José Carlos. Ele se lembrava de cada momento passado nos corredores e no alojamento, das amizades que cultivara, dos desafios técnicos e das muitas aventuras que compartilhara com os colegas. A escola técnica havia sido mais do que um lugar de aprendizado; tinha sido seu primeiro passo em direção à vida adulta e o início de uma jornada de descobertas.

Deixar aquele ambiente não era apenas uma questão de finalizar o curso. José Carlos sabia que estava encerrando um ciclo importante, e embora se sentisse animado com o que estava por vir, sabia que aquele capítulo da sua vida ficaria marcado. Na última semana de aulas, ele e seus amigos organizaram uma confraternização no alojamento, onde recordaram os bons momentos e se despediram do lugar que tanto significava para cada um deles.

José Carlos sentiu que levava dali muito mais do que um diploma técnico. A convivência com os colegas, os aprendizados e as habilidades técnicas que desenvolvera tornaram-se parte fundamental de quem ele era. Embora não soubesse ao certo qual caminho seguiria, ele tinha a confiança de que aquele período havia moldado sua visão de mundo e despertado nele um espírito curioso e determinado.

Deixar a escola técnica foi, para ele, não apenas o fim de uma etapa, mas o início de outra. Agora, com o curso concluído e a responsabilidade de trabalhar para se sustentar, José Carlos estava preparado para os próximos desafios.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 37: Novos Horizontes para o Futuro

16 nov

O jeito expansivo e comunicativo de José Carlos não apenas o destacava no ambiente escolar, mas também apontava para dois caminhos futuros que começavam a se delinear em sua mente: a política e o estudo da história. Desde cedo, José Carlos sabia o poder que as palavras e as relações tinham para unir as pessoas, e essa compreensão o fazia refletir sobre um possível futuro em que pudesse se dedicar a algo maior do que a sua própria trajetória.

José Carlos sempre se sentiu naturalmente inclinado a defender e representar as pessoas ao seu redor. Com seu carisma e facilidade em se comunicar, ele percebia que conseguia mobilizar os colegas, inspirar confiança e incentivar até os mais tímidos a se expressarem. Essa habilidade não apenas o tornava popular, mas também o fazia enxergar o potencial de um futuro na política.

Ele começou a entender que a política era muito mais do que apenas discursos e disputas de poder. Aos seus olhos, era uma oportunidade para gerar impacto, lutar pelas pessoas e construir uma sociedade mais justa e igualitária. Sabia que o trabalho político exigia, além de boas ideias, a habilidade de unir diferentes visões e buscar o bem comum — algo que ele praticava com frequência na escola e em seu grupo de amigos. A ideia de usar sua habilidade para algo transformador o fascinava, e, aos poucos, a política foi se tornando uma paixão que ele sentia vontade de explorar.

Se a política representava para José Carlos uma maneira de agir no presente para construir o futuro, a história representava o entendimento profundo das bases do que ele desejava transformar. José Carlos sempre foi curioso em relação aos grandes acontecimentos, às figuras históricas e ao impacto das ações humanas ao longo do tempo. Ele adorava descobrir como líderes do passado mudaram o mundo, as lutas e revoluções que marcaram épocas e as consequências que os erros e acertos das gerações anteriores tiveram sobre o presente.

Por isso, além de seu interesse em eletrônica e tecnologia, José Carlos começou a dedicar parte de seu tempo livre à leitura de livros de história, biografias e relatos de movimentos sociais. Sua mente extrovertida e curiosa fazia com que ele visse a história como uma série de narrativas, cada uma cheia de reviravoltas, personagens complexos e lições de vida. O estudo da história não era apenas um hobby, mas uma forma de compreender as raízes dos problemas e injustiças que ele sonhava em combater. José Carlos via o conhecimento histórico como uma ferramenta poderosa para não repetir os erros do passado.

A combinação de sua personalidade extrovertida com a paixão pela política e pela história dava a José Carlos uma perspectiva única. Ele já sentia que, um dia, esses dois interesses se tornariam forças essenciais em sua vida. Ele sabia que sua jornada na escola técnica era apenas um começo e que, ao sair dali, ele teria novos desafios e oportunidades para desenvolver essas paixões. Com a energia vibrante que o definia, José Carlos estava mais do que pronto para abraçar esse futuro, em que a política e a história o aguardavam, não apenas como destinos, mas como missões de vida.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 36: Um Aluno Empenhado, mas de Mente Livre

15 nov

José Carlos era a alma vibrante e contagiante da Escola Técnica de Eletrônica. Desde o momento em que chegou ao alojamento, tornou-se conhecido por seu jeito aberto e amigável. Sempre envolvido em alguma conversa animada ou propondo uma nova ideia, ele era do tipo que conhecia o nome de todos os colegas — e, mais ainda, suas histórias. Tinha o talento natural para fazer com que as pessoas se sentissem à vontade ao seu redor, e em pouco tempo já era um dos estudantes mais populares do curso.

Nos intervalos entre as aulas, José Carlos era o líder informal de um grupo que se reunia perto da lanchonete, onde qualquer assunto virava uma história empolgante. Ele tinha uma habilidade única de transformar até as situações mais simples em algo interessante, arrancando risadas dos amigos e criando um clima de descontração que fazia toda a pressão dos estudos parecer mais leve.

Apesar de toda a sua extroversão, José Carlos nunca deixou de levar os estudos a sério. Era um aluno dedicado, mas com uma maneira de encarar o aprendizado que fugia do convencional. Para ele, as aulas eram mais divertidas e compreensíveis quando conseguia associar conceitos complicados a exemplos práticos ou situações engraçadas. Isso o tornava o aluno perfeito para tirar dúvidas dos colegas: explicava tudo de forma simples, usando comparações, e conseguia fazer até os tópicos mais difíceis parecerem mais fáceis de entender.

Com os professores, José Carlos mantinha um relacionamento descontraído, sempre respeitoso, mas cheio de humor. Ele se destacava não só pelas boas notas, mas também pelo jeito carismático de se comunicar e pela facilidade em entender rapidamente o conteúdo. Quando alguém da turma ficava para trás, José Carlos era o primeiro a oferecer ajuda, montando grupos de estudo que realmente funcionavam.

José Carlos também se destacava por ser o apoio emocional da turma. Com seu jeito alegre e extrovertido, ele percebia rapidamente quando alguém estava para baixo e fazia questão de estar presente. Tinha sempre uma palavra de motivação, um conselho otimista e uma história engraçada para levantar o ânimo de qualquer um. Ele acreditava que ninguém deveria enfrentar os desafios do curso sozinho, e fazia questão de estar por perto, especialmente nas semanas mais intensas de provas e projetos.

Mais do que apenas um líder de grupo, José Carlos era visto como o coração da turma. Ele sabia o valor da amizade e estava sempre disposto a ajudar, mesmo quando isso significava perder um pouco de seu próprio tempo de estudo para ajudar alguém em dificuldades. Sua visão de vida era simples: se todos estivessem bem, ele também estaria.

Para José Carlos, a vida era mais do que responsabilidades e metas — era sobre criar memórias, viver com intensidade e conectar-se com as pessoas ao seu redor. Sua personalidade extrovertida e leve fazia dele o ponto de apoio que muitos procuravam nos dias mais difíceis. Ele não apenas passava pela escola técnica, mas a vivia por inteiro, tornando-a um lugar mais acolhedor e vibrante.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 35: Um Segredo Guardado

15 nov

Essas escapadas para a piscina se tornaram uma espécie de ritual secreto entre o grupo. De vez em quando, quando sentiam que a pressão dos estudos estava demais, eles se reuniam no final da noite e, cuidadosamente, planejavam mais uma incursão. Era o momento de libertação em meio à rotina rigorosa da escola.

José Carlos, embora sempre fosse o mais responsável e focado nos estudos, sabia que essas pequenas aventuras eram importantes. Eram uma forma de aliviar o estresse, de sentir um pouco de liberdade em um ambiente tão controlado, e de fortalecer ainda mais os laços de amizade com seus colegas de quarto.

Por três anos, eles mantiveram esse segredo bem guardado. Nunca foram pegos, e, ao longo do tempo, as escapadas se tornaram uma lembrança especial, algo que todos eles compartilhariam quando o curso terminasse. Afinal, não era apenas o conhecimento técnico que fazia parte da experiência na Escola Técnica de Eletrônica. Eram também esses momentos únicos de juventude, de aventura e cumplicidade, que José Carlos levaria para sempre com ele.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 34: As Histórias do Alojamento

12 nov

Durante as noites comuns no alojamento, o clima era geralmente de foco e estudo. José Carlos e seus colegas passavam longas horas se debruçando sobre livros, apostilas e diagramas de circuitos. A rotina era rígida, especialmente nos períodos mais intensos do curso, mas nem tudo era tão sério assim. Entre os estudantes, existiam momentos de descontração que iam além das conversas no jardim ou dos jogos de futebol nos fins de semana. Na verdade, havia um segredo bem guardado entre os rapazes: as escapadas noturnas para a piscina da escola.

A piscina ficava nos fundos do complexo da escola, perto dos laboratórios, e era usada oficialmente apenas durante as aulas de educação física ou eventos especiais. Fora desses momentos, ela ficava fechada e, claro, não era permitido acessá-la à noite. Mas José Carlos, Ricardo, André e Felipe não se intimidavam com as regras. Foi Felipe, sempre o mais ousado do grupo, quem primeiro teve a ideia de “dar um mergulho” após o horário permitido.

“Ei, o que vocês acham de darmos uma nadada hoje à noite? Ninguém vai saber,” sugeriu Felipe uma noite, com um sorriso malicioso no rosto.

“Você tá louco?”, respondeu Ricardo, rindo, mas já interessado na ideia. “Se o vigia pegar a gente, estamos ferrados!”

Mas a ideia já havia sido plantada, e a possibilidade de quebrar a rotina cansativa com um pouco de diversão clandestina era tentadora demais para ser ignorada. Depois de algumas semanas de planejamento cuidadoso e observação dos movimentos do vigia noturno, eles estavam prontos para a primeira aventura.

A estratégia era simples: esperariam até que o vigia, o Sr. Figueira, fizesse sua ronda habitual pelo prédio do alojamento. Ele sempre passava pelo corredor principal por volta das 11 da noite, conferindo se os alunos estavam nos quartos e se tudo estava em ordem. José Carlos e os outros haviam notado que, depois dessa ronda, Figueira costumava tirar um cochilo em sua sala até mais ou menos meia-noite, o que deixava uma janela de oportunidade.

Naquela noite, quando ouviram os passos lentos e firmes de Figueira no corredor, os quatro se entreolharam. Estavam prontos. Ricardo, que era o mais ágil do grupo, foi encarregado de espiar pela porta, confirmando que o caminho estava livre. Quando o som dos passos finalmente desapareceu, eles saíram em silêncio, fechando a porta do quarto atrás de si.

“Vamos logo antes que ele volte,” sussurrou Felipe, liderando o grupo pelos corredores escuros.

O caminho até a piscina não era longo, mas exigia cuidado. Eles tinham que atravessar uma área externa onde, em dias de evento, costumava ter movimentação intensa. Mas àquela hora, o silêncio era absoluto. O único barulho que ouviam era o som de seus próprios passos, abafados pela grama. Quando finalmente chegaram ao portão da piscina, José Carlos se agachou para verificar se não havia ninguém à vista.

“O portão tá trancado, como vamos entrar?” perguntou André, meio nervoso.

Felipe, sempre preparado, tirou do bolso uma chave que ele havia “conseguido” emprestada de um assistente da escola que cuidava da manutenção. Com um clique rápido, o portão se abriu e os quatro rapazes escorregaram para dentro da área da piscina.

O ar fresco da noite e o reflexo das estrelas na água deixavam o ambiente quase mágico. Sem perder tempo, eles tiraram as roupas e pularam na piscina, um a um, tentando manter o máximo de silêncio possível. O impacto da água fria os fez soltar exclamações abafadas, mas logo o desconforto inicial deu lugar à excitação. Eles estavam sozinhos, livres, nadando sob as estrelas.

“Isso é o melhor que já fizemos desde que chegamos aqui,” disse Ricardo, sorrindo enquanto flutuava de costas na água. “Não acredito que conseguimos!”

O clima de aventura deixou todos eufóricos. Eles nadaram, riram e até brincaram de pegar objetos no fundo da piscina, como se fossem crianças em férias, sem a pressão das provas ou dos projetos técnicos pairando sobre suas cabeças.

Mas a diversão não vinha sem riscos. Em uma das noites de aventura, enquanto estavam na água, ouviram um barulho que congelou todos instantaneamente: o som inconfundível de passos se aproximando. O coração de José Carlos disparou. Eles haviam ficado tempo demais, e o vigia estava voltando.

“Merda, o Figueira tá vindo!” sussurrou Felipe, com os olhos arregalados.

Todos saíram da água o mais rápido possível, lutando para não fazer barulho ao saírem da piscina. Pegaram suas roupas e correram para trás de um pequeno galpão de equipamentos ao lado da piscina, tentando se esconder. Ficaram agachados, molhados e encharcados, enquanto o vigia caminhava lentamente ao redor da área, sua lanterna iluminando o chão próximo à água.

“Será que ele vai descobrir que a gente estava aqui?” perguntou André, tremendo de nervosismo.

“Fiquem quietos,” respondeu José Carlos, mantendo os olhos no vigia.

Depois de alguns minutos que pareceram uma eternidade, o Sr. Figueira, aparentemente satisfeito de que tudo estava em ordem, continuou sua ronda em direção a outro setor da escola. Só então os quatro rapazes soltaram o ar, aliviados.

“Essa foi por pouco,” disse Ricardo, rindo nervoso. “Mas foi incrível!”

Com o coração ainda acelerado pela adrenalina, eles vestiram as roupas rapidamente e voltaram para o alojamento, ainda molhados, mas se sentindo vitoriosos. Quando finalmente fecharam a porta do quarto atrás de si, caíram na gargalhada. Aquela havia sido, sem dúvida, uma das noites mais memoráveis.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 33: Crescimento e Laços

12 nov

Conforme os meses passaram, José Carlos começou a perceber que o alojamento era mais do que apenas um lugar onde ele dormia e estudava. Era um ambiente onde crescia como pessoa. A convivência com outros jovens de diferentes partes do país, cada um com seus sonhos e desafios, ampliava sua visão de mundo. Ele aprendeu a lidar com as diferenças, a compartilhar responsabilidades e a valorizar as pequenas vitórias cotidianas, como conseguir consertar um circuito que não funcionava ou finalmente entender uma fórmula complicada.

Os laços criados no alojamento também se fortaleceram ao longo do tempo. As amizades com Ricardo, André e Felipe se tornaram profundas. Eles não eram apenas colegas de quarto; eram irmãos na jornada. Os momentos difíceis, como as semanas de provas e os prazos apertados para os projetos técnicos, foram enfrentados juntos. Quando um caía, os outros o levantavam.

No último ano do curso, quando já eram veteranos no alojamento, José Carlos e seus colegas começaram a perceber o quanto haviam crescido desde o primeiro dia. Aquele quarto pequeno, que antes parecia estranho e desconfortável, agora era um lugar cheio de memórias, risos e histórias. E, embora soubessem que o fim daquela fase estava se aproximando, todos guardavam a certeza de que o alojamento sempre seria lembrado como um dos momentos mais importantes de suas vidas.

José Carlos, ao observar o ambiente ao seu redor, sentia-se grato. A jornada técnica, os desafios do 2º grau e a convivência no alojamento haviam moldado não apenas sua mente, mas também seu caráter. Ele estava pronto para o próximo capítulo de sua vida, sabendo que, ali, tinha construído amizades e aprendido lições que levaria para sempre.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 32: As Noites no Alojamento

11 nov

As noites no alojamento tinham uma atmosfera própria. Durante a semana, o foco era estudar. José Carlos e seus colegas passavam horas na pequena escrivaninha do quarto, com livros e apostilas espalhados por todos os cantos. O ambiente era silencioso, quebrado apenas pelo som das canetas no papel ou de alguém ocasionalmente fazendo uma pergunta sobre um exercício de física ou eletrônica.

“Você entendeu esse circuito?”, perguntou Ricardo, uma vez, apontando para um diagrama que parecia confuso. “Parece que cada vez mais esses componentes se multiplicam na minha cabeça.”

José Carlos, sempre disposto a ajudar, explicava o que sabia, e logo os colegas formavam uma espécie de mini grupo de estudo dentro do quarto. Esse hábito de compartilhar conhecimento foi uma das maiores riquezas da convivência no alojamento. Todos se apoiavam, e as dificuldades eram enfrentadas juntos.

Nos finais de semana, no entanto, o clima no alojamento mudava. Com o alívio de não haver aulas, os alunos buscavam maneiras de relaxar. O jardim ao lado do prédio se tornava o ponto de encontro para conversas mais descontraídas. José Carlos e seus colegas às vezes jogavam futebol ou simplesmente se sentavam sob as árvores, conversando sobre o futuro e os sonhos de cada um.

“José Carlos, o que você acha que vai fazer depois do curso?” perguntou André, em uma dessas noites. “Pensa em trabalhar com eletrônica mesmo, ou vai seguir outro caminho?”

“Eu quero ir além”, respondeu José Carlos, olhando para o céu estrelado. “A eletrônica é só o começo. Quero usar o que aprender aqui para criar algo que faça a diferença. Talvez seguir para a engenharia, quem sabe? Ainda estou descobrindo.”

Essas conversas noturnas eram momentos de reflexão e troca de experiências. Cada um dos colegas de quarto tinha uma visão diferente do futuro, mas todos compartilhavam a mesma vontade de aproveitar ao máximo os três anos na escola.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 31: A Rotina no Alojamento

10 nov

Os primeiros dias no alojamento foram de adaptação. Acordar cedo, seguir a rotina da escola e depois voltar ao quarto era a nova normalidade de José Carlos. O alojamento possuía uma estrutura que, embora simples, atendia às necessidades dos alunos. Havia um refeitório comunitário no térreo, onde todos faziam as refeições. As mesas compridas acomodavam dezenas de estudantes, e o ambiente era sempre animado, com conversas sobre os desafios do curso e os projetos de cada um.

O cardápio não era luxuoso, mas oferecia o básico para sustentar os alunos ao longo do dia: arroz, feijão, carnes, e algumas opções de salada. José Carlos, acostumado à comida caseira da mãe, precisou se adaptar à simplicidade das refeições no alojamento. Ainda assim, ele apreciava a companhia dos colegas. As refeições tornaram-se momentos de descontração, onde o grupo conversava sobre a vida, as aulas e as saudades de casa.

No final de cada dia, depois de longas horas de estudo e prática nos laboratórios da escola, José Carlos e seus colegas voltavam ao alojamento exaustos, mas satisfeitos. O quarto logo se tornou um refúgio para todos eles. Apesar de pequeno, o ambiente começou a ganhar vida com os objetos pessoais que cada um trazia. José Carlos, por exemplo, pendurou na parede um pequeno pôster de um circuito eletrônico, que comprara em uma feira de ciências. Ricardo trouxe uma bola de futebol, e Felipe, sempre bem-humorado, colocou um rádio no quarto, que tocava música durante os momentos de descanso. Os banheiros coletivos ficavam no final do corredor, e isso também foi algo com que José Carlos teve que se acostumar. A privacidade era limitada, e a convivência com dezenas de outros estudantes, às vezes, gerava pequenas tensões, como o horário para o banho e a divisão de tarefas na limpeza do quarto. No entanto, com o tempo, todos aprenderam a se ajustar, e as amizades foram se fortalecendo.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 30: O Alojamento – O Novo Lar de José Carlos

9 nov

Quando José Carlos recebeu a notícia de que havia sido aceito na Escola Técnica de Eletrônica, uma nova realidade se apresentou: ele teria que deixar sua cidade natal, Seropédica, para morar no alojamento da escola durante os três anos do curso. Para alguém que havia passado toda a vida na pequena cidade, cercado pelo ambiente familiar, essa seria uma das mudanças mais significativas de sua vida.

O alojamento ficava em um prédio anexo à escola, localizado a alguns minutos de caminhada das salas de aula e dos laboratórios. O edifício de três andares era antigo, mas bem conservado, com corredores longos e janelas altas que permitiam a entrada de bastante luz natural. Ao lado, havia um pequeno jardim onde os alunos costumavam se reunir nos momentos de folga. A fachada, pintada de branco, era simples, mas transmitia uma sensação de solidez, de que aquele lugar havia visto gerações de estudantes passarem por suas portas em busca de conhecimento.

No primeiro dia em que chegou, José Carlos foi recebido por um funcionário da escola, o Sr. Amadeu, responsável pelo alojamento. Ele era um homem de meia-idade, de fala tranquila, que orientava os novos alunos com paciência. Ao entregar a chave do quarto a José Carlos, o senhor deu-lhe um sorriso encorajador.

“Seja bem-vindo rapaz. Aqui, você vai aprender muito mais do que eletrônica. Vai aprender a viver por conta própria. Qualquer coisa, estou por perto.”

José Carlos subiu as escadas com sua mochila nas costas e uma mala na mão, sentindo um misto de nervosismo e empolgação. Sabia que aquele alojamento seria seu lar nos próximos três anos, e isso trazia uma mistura de liberdade e responsabilidade. Quando abriu a porta de seu quarto, encontrou um espaço simples, mas funcional. O ambiente era pequeno, com dois beliches de madeira, um armário compartilhado e uma escrivaninha no canto, onde os alunos poderiam estudar. As paredes eram brancas, sem decoração, e o chão de azulejos claros. O espaço parecia austero, mas José Carlos sabia que, com o tempo, ele e seus colegas iriam transformá-lo em algo mais pessoal e acolhedor.

No quarto, José Carlos dividia o espaço com três outros alunos que também estavam iniciando o curso de eletrônica. Ricardo, um rapaz alto e sorridente do interior de Minas Gerais, foi o primeiro a cumprimentá-lo.

“E aí, cara, sou o Ricardo! Parece que seremos colegas de quarto. Também tô um pouco perdido, mas acho que a gente vai se dar bem.”

Os outros dois colegas, André e Felipe, chegaram logo depois. André era tímido e reservado, preferindo ficar em silêncio, enquanto Felipe, sempre com um ar descontraído, logo se enturmou com todos, trazendo um clima leve ao ambiente.

Os quatro rapidamente começaram a organizar o quarto, cada um escolhendo seu beliche e dividindo o espaço no armário. José Carlos percebeu que, apesar da simplicidade do alojamento, seria ali que ele passaria alguns dos momentos mais importantes de sua vida.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 29: A Conquista e o Futuro

8 nov

Com a conclusão do curso técnico e o término do 2º grau colegial, José Carlos sentia-se realizado. Ele havia enfrentado três anos de desafios intensos, mas estava saindo da escola com um vasto conhecimento prático e teórico. Além disso, sua amizade com Thiago havia se fortalecido, e ambos compartilhavam o sonho de continuar explorando o mundo da tecnologia.

A aprovação no vestibular para uma universidade de engenharia eletrônica foi a coroação de todo o seu esforço. José Carlos conseguiu uma vaga em uma universidade renomada, e a alegria em sua casa foi imensa. Mesmo seu pai, Nivaldo, que inicialmente se opôs à escolha do filho, não pôde esconder o orgulho.

“Eu não entendo muito bem o que você faz, filho”, disse Nivaldo, abraçando José Carlos, “mas sei que você está trilhando um caminho de sucesso. Estou orgulhoso de você.”

Maria Júlia, sua mãe, sempre ao seu lado, sorria com lágrimas nos olhos, sabendo que o filho havia encontrado sua própria estrada, sem ceder às pressões e expectativas externas.

Com o diploma de técnico em eletrônica nas mãos e a vaga garantida na universidade, José Carlos sabia que aquela era apenas a primeira etapa de uma jornada maior. O menino curioso de Seropédica, que um dia desmontou rádios e sonhou com o mundo além dos prédios, agora estava prestes a descobrir horizontes ainda mais amplos. O futuro o aguardava, e José Carlos estava pronto para conquistá-lo, um circuito de cada vez.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.