Conforme os meses passaram, José Carlos começou a perceber que o alojamento era mais do que apenas um lugar onde ele dormia e estudava. Era um ambiente onde crescia como pessoa. A convivência com outros jovens de diferentes partes do país, cada um com seus sonhos e desafios, ampliava sua visão de mundo. Ele aprendeu a lidar com as diferenças, a compartilhar responsabilidades e a valorizar as pequenas vitórias cotidianas, como conseguir consertar um circuito que não funcionava ou finalmente entender uma fórmula complicada.
Os laços criados no alojamento também se fortaleceram ao longo do tempo. As amizades com Ricardo, André e Felipe se tornaram profundas. Eles não eram apenas colegas de quarto; eram irmãos na jornada. Os momentos difíceis, como as semanas de provas e os prazos apertados para os projetos técnicos, foram enfrentados juntos. Quando um caía, os outros o levantavam.
No último ano do curso, quando já eram veteranos no alojamento, José Carlos e seus colegas começaram a perceber o quanto haviam crescido desde o primeiro dia. Aquele quarto pequeno, que antes parecia estranho e desconfortável, agora era um lugar cheio de memórias, risos e histórias. E, embora soubessem que o fim daquela fase estava se aproximando, todos guardavam a certeza de que o alojamento sempre seria lembrado como um dos momentos mais importantes de suas vidas.
José Carlos, ao observar o ambiente ao seu redor, sentia-se grato. A jornada técnica, os desafios do 2º grau e a convivência no alojamento haviam moldado não apenas sua mente, mas também seu caráter. Ele estava pronto para o próximo capítulo de sua vida, sabendo que, ali, tinha construído amizades e aprendido lições que levaria para sempre.
João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG
A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.