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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 33: Crescimento e Laços

12 nov

Conforme os meses passaram, José Carlos começou a perceber que o alojamento era mais do que apenas um lugar onde ele dormia e estudava. Era um ambiente onde crescia como pessoa. A convivência com outros jovens de diferentes partes do país, cada um com seus sonhos e desafios, ampliava sua visão de mundo. Ele aprendeu a lidar com as diferenças, a compartilhar responsabilidades e a valorizar as pequenas vitórias cotidianas, como conseguir consertar um circuito que não funcionava ou finalmente entender uma fórmula complicada.

Os laços criados no alojamento também se fortaleceram ao longo do tempo. As amizades com Ricardo, André e Felipe se tornaram profundas. Eles não eram apenas colegas de quarto; eram irmãos na jornada. Os momentos difíceis, como as semanas de provas e os prazos apertados para os projetos técnicos, foram enfrentados juntos. Quando um caía, os outros o levantavam.

No último ano do curso, quando já eram veteranos no alojamento, José Carlos e seus colegas começaram a perceber o quanto haviam crescido desde o primeiro dia. Aquele quarto pequeno, que antes parecia estranho e desconfortável, agora era um lugar cheio de memórias, risos e histórias. E, embora soubessem que o fim daquela fase estava se aproximando, todos guardavam a certeza de que o alojamento sempre seria lembrado como um dos momentos mais importantes de suas vidas.

José Carlos, ao observar o ambiente ao seu redor, sentia-se grato. A jornada técnica, os desafios do 2º grau e a convivência no alojamento haviam moldado não apenas sua mente, mas também seu caráter. Ele estava pronto para o próximo capítulo de sua vida, sabendo que, ali, tinha construído amizades e aprendido lições que levaria para sempre.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 32: As Noites no Alojamento

11 nov

As noites no alojamento tinham uma atmosfera própria. Durante a semana, o foco era estudar. José Carlos e seus colegas passavam horas na pequena escrivaninha do quarto, com livros e apostilas espalhados por todos os cantos. O ambiente era silencioso, quebrado apenas pelo som das canetas no papel ou de alguém ocasionalmente fazendo uma pergunta sobre um exercício de física ou eletrônica.

“Você entendeu esse circuito?”, perguntou Ricardo, uma vez, apontando para um diagrama que parecia confuso. “Parece que cada vez mais esses componentes se multiplicam na minha cabeça.”

José Carlos, sempre disposto a ajudar, explicava o que sabia, e logo os colegas formavam uma espécie de mini grupo de estudo dentro do quarto. Esse hábito de compartilhar conhecimento foi uma das maiores riquezas da convivência no alojamento. Todos se apoiavam, e as dificuldades eram enfrentadas juntos.

Nos finais de semana, no entanto, o clima no alojamento mudava. Com o alívio de não haver aulas, os alunos buscavam maneiras de relaxar. O jardim ao lado do prédio se tornava o ponto de encontro para conversas mais descontraídas. José Carlos e seus colegas às vezes jogavam futebol ou simplesmente se sentavam sob as árvores, conversando sobre o futuro e os sonhos de cada um.

“José Carlos, o que você acha que vai fazer depois do curso?” perguntou André, em uma dessas noites. “Pensa em trabalhar com eletrônica mesmo, ou vai seguir outro caminho?”

“Eu quero ir além”, respondeu José Carlos, olhando para o céu estrelado. “A eletrônica é só o começo. Quero usar o que aprender aqui para criar algo que faça a diferença. Talvez seguir para a engenharia, quem sabe? Ainda estou descobrindo.”

Essas conversas noturnas eram momentos de reflexão e troca de experiências. Cada um dos colegas de quarto tinha uma visão diferente do futuro, mas todos compartilhavam a mesma vontade de aproveitar ao máximo os três anos na escola.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 31: A Rotina no Alojamento

10 nov

Os primeiros dias no alojamento foram de adaptação. Acordar cedo, seguir a rotina da escola e depois voltar ao quarto era a nova normalidade de José Carlos. O alojamento possuía uma estrutura que, embora simples, atendia às necessidades dos alunos. Havia um refeitório comunitário no térreo, onde todos faziam as refeições. As mesas compridas acomodavam dezenas de estudantes, e o ambiente era sempre animado, com conversas sobre os desafios do curso e os projetos de cada um.

O cardápio não era luxuoso, mas oferecia o básico para sustentar os alunos ao longo do dia: arroz, feijão, carnes, e algumas opções de salada. José Carlos, acostumado à comida caseira da mãe, precisou se adaptar à simplicidade das refeições no alojamento. Ainda assim, ele apreciava a companhia dos colegas. As refeições tornaram-se momentos de descontração, onde o grupo conversava sobre a vida, as aulas e as saudades de casa.

No final de cada dia, depois de longas horas de estudo e prática nos laboratórios da escola, José Carlos e seus colegas voltavam ao alojamento exaustos, mas satisfeitos. O quarto logo se tornou um refúgio para todos eles. Apesar de pequeno, o ambiente começou a ganhar vida com os objetos pessoais que cada um trazia. José Carlos, por exemplo, pendurou na parede um pequeno pôster de um circuito eletrônico, que comprara em uma feira de ciências. Ricardo trouxe uma bola de futebol, e Felipe, sempre bem-humorado, colocou um rádio no quarto, que tocava música durante os momentos de descanso. Os banheiros coletivos ficavam no final do corredor, e isso também foi algo com que José Carlos teve que se acostumar. A privacidade era limitada, e a convivência com dezenas de outros estudantes, às vezes, gerava pequenas tensões, como o horário para o banho e a divisão de tarefas na limpeza do quarto. No entanto, com o tempo, todos aprenderam a se ajustar, e as amizades foram se fortalecendo.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 30: O Alojamento – O Novo Lar de José Carlos

9 nov

Quando José Carlos recebeu a notícia de que havia sido aceito na Escola Técnica de Eletrônica, uma nova realidade se apresentou: ele teria que deixar sua cidade natal, Seropédica, para morar no alojamento da escola durante os três anos do curso. Para alguém que havia passado toda a vida na pequena cidade, cercado pelo ambiente familiar, essa seria uma das mudanças mais significativas de sua vida.

O alojamento ficava em um prédio anexo à escola, localizado a alguns minutos de caminhada das salas de aula e dos laboratórios. O edifício de três andares era antigo, mas bem conservado, com corredores longos e janelas altas que permitiam a entrada de bastante luz natural. Ao lado, havia um pequeno jardim onde os alunos costumavam se reunir nos momentos de folga. A fachada, pintada de branco, era simples, mas transmitia uma sensação de solidez, de que aquele lugar havia visto gerações de estudantes passarem por suas portas em busca de conhecimento.

No primeiro dia em que chegou, José Carlos foi recebido por um funcionário da escola, o Sr. Amadeu, responsável pelo alojamento. Ele era um homem de meia-idade, de fala tranquila, que orientava os novos alunos com paciência. Ao entregar a chave do quarto a José Carlos, o senhor deu-lhe um sorriso encorajador.

“Seja bem-vindo rapaz. Aqui, você vai aprender muito mais do que eletrônica. Vai aprender a viver por conta própria. Qualquer coisa, estou por perto.”

José Carlos subiu as escadas com sua mochila nas costas e uma mala na mão, sentindo um misto de nervosismo e empolgação. Sabia que aquele alojamento seria seu lar nos próximos três anos, e isso trazia uma mistura de liberdade e responsabilidade. Quando abriu a porta de seu quarto, encontrou um espaço simples, mas funcional. O ambiente era pequeno, com dois beliches de madeira, um armário compartilhado e uma escrivaninha no canto, onde os alunos poderiam estudar. As paredes eram brancas, sem decoração, e o chão de azulejos claros. O espaço parecia austero, mas José Carlos sabia que, com o tempo, ele e seus colegas iriam transformá-lo em algo mais pessoal e acolhedor.

No quarto, José Carlos dividia o espaço com três outros alunos que também estavam iniciando o curso de eletrônica. Ricardo, um rapaz alto e sorridente do interior de Minas Gerais, foi o primeiro a cumprimentá-lo.

“E aí, cara, sou o Ricardo! Parece que seremos colegas de quarto. Também tô um pouco perdido, mas acho que a gente vai se dar bem.”

Os outros dois colegas, André e Felipe, chegaram logo depois. André era tímido e reservado, preferindo ficar em silêncio, enquanto Felipe, sempre com um ar descontraído, logo se enturmou com todos, trazendo um clima leve ao ambiente.

Os quatro rapidamente começaram a organizar o quarto, cada um escolhendo seu beliche e dividindo o espaço no armário. José Carlos percebeu que, apesar da simplicidade do alojamento, seria ali que ele passaria alguns dos momentos mais importantes de sua vida.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 29: A Conquista e o Futuro

8 nov

Com a conclusão do curso técnico e o término do 2º grau colegial, José Carlos sentia-se realizado. Ele havia enfrentado três anos de desafios intensos, mas estava saindo da escola com um vasto conhecimento prático e teórico. Além disso, sua amizade com Thiago havia se fortalecido, e ambos compartilhavam o sonho de continuar explorando o mundo da tecnologia.

A aprovação no vestibular para uma universidade de engenharia eletrônica foi a coroação de todo o seu esforço. José Carlos conseguiu uma vaga em uma universidade renomada, e a alegria em sua casa foi imensa. Mesmo seu pai, Nivaldo, que inicialmente se opôs à escolha do filho, não pôde esconder o orgulho.

“Eu não entendo muito bem o que você faz, filho”, disse Nivaldo, abraçando José Carlos, “mas sei que você está trilhando um caminho de sucesso. Estou orgulhoso de você.”

Maria Júlia, sua mãe, sempre ao seu lado, sorria com lágrimas nos olhos, sabendo que o filho havia encontrado sua própria estrada, sem ceder às pressões e expectativas externas.

Com o diploma de técnico em eletrônica nas mãos e a vaga garantida na universidade, José Carlos sabia que aquela era apenas a primeira etapa de uma jornada maior. O menino curioso de Seropédica, que um dia desmontou rádios e sonhou com o mundo além dos prédios, agora estava prestes a descobrir horizontes ainda mais amplos. O futuro o aguardava, e José Carlos estava pronto para conquistá-lo, um circuito de cada vez.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 28: O Desafio Final

7 nov

O terceiro e último ano do curso técnico foi o mais intenso de todos. Com o vestibular à porta, José Carlos sabia que precisava se preparar não apenas para concluir o curso de eletrônica com sucesso, mas também para os desafios dos vestibulares. Ele desejava ingressar em uma universidade de prestígio, onde pudesse expandir seu conhecimento em engenharia eletrônica ou ciência da computação.

Nesse ano, os projetos práticos tomaram grande parte do tempo dos alunos. Cada estudante precisava desenvolver um projeto de conclusão de curso que fosse inovador e relevante para o mercado de eletrônica. José Carlos, sempre inquieto por novos desafios, decidiu trabalhar em um projeto ambicioso: um sistema automatizado de controle de temperatura para ambientes residenciais, utilizando sensores e uma interface simples para os usuários.

O projeto exigiu que ele colocasse em prática tudo o que aprendera ao longo dos três anos. Ele precisou dominar conceitos de eletrônica analógica, sistemas digitais e programação. José Carlos passava longas noites no laboratório, ajustando os circuitos, reprogramando o sistema e lidando com problemas técnicos que surgiam.

“Não vai ser fácil, mas eu sei que você consegue”, dizia Thiago, que trabalhava em um projeto paralelo sobre sistemas de comunicação via rádio. “Você tem uma visão clara do que quer fazer.”

Além disso, José Carlos começou a estudar intensivamente para o vestibular. A rotina era extenuante: passava as manhãs e tardes na escola, trabalhando no projeto técnico, e à noite se dedicava aos estudos teóricos para os processos seletivos. Mesmo assim, ele sentia que estava no caminho certo. As matérias de física e matemática, agora mais avançadas, faziam sentido para ele, pois conseguia ver sua aplicação direta nos projetos técnicos.

No fim do ano, quando chegou o momento de apresentar seu projeto de conclusão de curso, José Carlos estava nervoso, mas confiante. Ele sabia que aquele sistema de controle de temperatura era uma pequena amostra do que ele poderia alcançar no futuro. A apresentação foi um sucesso. O professor Marcondes ficou impressionado com a complexidade e a funcionalidade do projeto, elogiando José Carlos pela inovação.

“Você foi além do que era esperado José Carlos”, disse o professor após a apresentação. “Esse tipo de visão e iniciativa vai te levar longe na carreira que escolher.”

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 27: A Vida Entre Livros e Circuitos

6 nov

No segundo ano do curso, José Carlos já estava mais acostumado à rotina intensa. Ele havia aprendido a organizar melhor seu tempo, conseguindo equilibrar as aulas teóricas do ensino médio com as exigências do curso técnico. Embora muitos colegas reclamassem da carga de trabalho, José Carlos via aquilo como um desafio pessoal. Para ele, o aprendizado não era apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de se preparar para um futuro promissor.

As aulas de eletrônica avançaram, e agora José Carlos estava estudando circuitos mais complexos, incluindo sistemas digitais e microcontroladores. Sua mente curiosa estava sempre em busca de novas descobertas. Ele passava horas extras no laboratório da escola, experimentando e testando novos circuitos, muitas vezes ao lado de Thiago, que se tornara seu parceiro de projetos.

“Thiago, olha isso”, José Carlos dizia, excitado ao testar uma nova ideia. “Se conseguirmos integrar esse microcontrolador com o sistema de sensores, podemos automatizar o controle de luzes da casa. Imagina o potencial disso!”

Thiago compartilhava o entusiasmo, e juntos eles começaram a desenvolver pequenos projetos fora do currículo. Um deles foi um protótipo de sistema de alarme caseiro, que utilizava sensores de movimento e controle remoto. Esse projeto chamou a atenção de seus professores, e foi exibido em uma feira de ciências local, onde eles receberam elogios por sua criatividade e execução.

No entanto, a vida de José Carlos não se resumia apenas aos estudos e experimentos. A adolescência também trouxe desafios emocionais e pessoais. O peso das expectativas familiares ainda era uma constante em sua vida. Embora Nivaldo, seu pai, tivesse aceitado a escolha de José Carlos de seguir o caminho da eletrônica, ele ainda demonstrava reservas.

“Você está fazendo algo bom, José Carlos”, dizia seu pai de forma contida. “Mas eu ainda acho que o Exército teria sido uma escolha mais segura.”

Essas palavras sempre ressoavam em José Carlos, mas ele já havia aprendido a lidar com essa pressão. Sabia que seu caminho estava traçado de acordo com suas paixões, e que o futuro que ele buscava dependia de sua dedicação.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 26: O Início da Jornada Técnica

5 nov

José Carlos ingressou na Escola Técnica com entusiasmo, disposto a enfrentar os desafios do curso técnico em eletrônica, concomitante com o ensino médio regular. Aos 14 anos, ele estava imerso em um novo mundo, onde as aulas eram bem mais exigentes e o ambiente, competitivo. A rotina era intensa: as manhãs eram dedicadas às disciplinas do 2º grau colegial e, durante as tardes e algumas noites, as aulas técnicas preenchiam seu tempo.

O primeiro ano do curso foi um período de adaptação. José Carlos descobriu logo nas primeiras semanas que precisaria de muita disciplina para conciliar as matérias teóricas do colégio com a carga prática do curso de eletrônica. As aulas de física, matemática e português continuavam, mas agora ele também mergulhava em um universo de circuitos, componentes e fórmulas que o fascinavam. Pela primeira vez, as equações e teorias que aprendera no ginásio tinham uma aplicação concreta nas suas mãos.

José Carlos logo se destacou nas aulas de eletrônica básica, aprendendo sobre resistores, capacitores, transistores e diodos. Seu interesse pela tecnologia era evidente, e ele rapidamente demonstrou habilidades práticas, montando e desmontando circuitos com facilidade. O professor Marcondes, um engenheiro experiente e exigente, logo percebeu o talento de José Carlos.

“Você tem potencial para ir longe nessa área, José Carlos”, disse o professor, após uma aula prática onde ele havia montado um circuito de controle de luz. “Mas o caminho será árduo, e você precisa se dedicar ainda mais se quiser se destacar.”

Essas palavras marcaram José Carlos. Ele sabia que estava no lugar certo, mas também que o curso exigiria dele mais do que simples interesse. Ele precisaria desenvolver disciplina, foco e habilidade técnica para se tornar um profissional de destaque.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 25: A Última Visita

5 nov

Quando José Carlos já estava prestes a deixar Seropédica, após completar 14 anos, ele fez uma última visita à professora que o alfabetizou. Dona Marcolina, agora já aposentada, vivia em uma casa simples, cheia de livros e memórias. Ao vê-lo entrar, seus olhos brilharam, e o rosto antes severo suavizou-se com um sorriso afetuoso.

“Eu sabia que você voltaria”, disse ela. “Sempre soube que você seria um daqueles que não esquecem de onde vieram.”

José Carlos sentou-se com ela na varanda, onde passaram um bom tempo em silêncio, apenas contemplando as construções que cercavam a cidade. Por fim, ele tirou do bolso um caderno simples, onde havia começado a rascunhar as primeiras páginas de uma história que pretendia escrever. Era sua maneira de agradecer a ela por ter lhe dado as asas para sonhar.

“Quero te mostrar algo, Dona Marcolina”, disse José Carlos, entregando o caderno. “Ainda está no começo, mas espero que um dia se torne algo que valha a pena ser lido.”

Dona Marcolina pegou o caderno com as mãos trêmulas, e um sorriso de orgulho se formou em seu rosto. “Você já está escrevendo sua própria história, José Carlos. E isso é o que importa.”

José Carlos despediu-se de sua mestra com a certeza de que, onde quer que fosse, as palavras o acompanhariam. A cidade poderia ficar para trás, mas as lições de Dona Marcolina estariam sempre com ele, como um farol a iluminar seu caminho.

E assim, com o coração cheio de gratidão, ele partiu para o mundo.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 24: O Futuro Chamado

4 nov

Aos 14 anos, José Carlos deixou Seropédica. Ele decidiu que seguiria um caminho que era um meio termo, entre o que ele queria e o que seu pai sonhava; mesmo sem o apoio total do pai. O destino era a Minas Gerais, onde ele poderia se estudar e se profissionalizar, para mais tarde encontrar seu verdadeiro eu. Com a bênção silenciosa de sua mãe e o coração apertado pela despedida, José Carlos embarcou em um ônibus, deixando para trás ruas que o viram crescer, mas levando consigo a coragem de sonhar.

Seu futuro, ainda incerto, era o caminho que ele escolheu traçar. O mundo o aguardava, e José Carlos estava pronto para desbravá-lo.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 23: Reflexões de Um Vencedor

2 nov

Com a aprovação em mãos, José Carlos voltou para casa, onde uma nova conversa o aguardava. O pai, apesar de inicialmente desapontado, foi convencido pela mãe de que aquele era o caminho certo para o filho. A eletrônica era uma área em ascensão, e José Carlos já havia provado seu valor com a aprovação na renomada escola técnica.

Nivaldo, aos poucos, aceitou a decisão do filho, mesmo que a contragosto. José Carlos sabia que a relação entre eles nunca seria totalmente tranquila, mas também entendia que seguir o próprio caminho era uma parte importante de seu crescimento.

Agora, José Carlos se preparava para embarcar em uma nova jornada. Ele sabia que os desafios da Escola Técnica seriam grandes, mas estava pronto. O menino de Seropédica, que um dia sonhara em desbravar o mundo através das palavras e dos números, agora estava prestes a mergulhar em um universo onde a ciência e a tecnologia guiariam seus passos.

E, pela primeira vez, ele sentia que o futuro estava verdadeiramente em suas mãos.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 22: A Espera e o Resultado

1 nov

Os dias que seguiram o vestibular foram repletos de ansiedade. José Carlos tentava se concentrar nas aulas da escola regular, mas sua mente voltava sempre àquele dia, àquelas questões. Ele sabia que havia dado o seu melhor, mas a dúvida o corroía. E se não fosse suficiente? O que ele faria? Voltar ao caminho militar que seu pai desejava parecia cada vez mais distante de seus sonhos.

Finalmente, o dia do resultado chegou. José Carlos e Thiago foram juntos para conferir a lista de aprovados. O coração de José Carlos batia acelerado enquanto eles se aproximavam do mural onde os nomes estavam expostos. O lugar estava cheio de outros estudantes, todos ansiosos como eles. Quando chegou a sua vez de olhar, José Carlos prendeu a respiração.

Seu nome estava lá. Ele havia passado.

O alívio tomou conta de seu corpo, seguido por uma onda de emoção que ele não pôde conter. Thiago também havia sido aprovado, e os dois se abraçaram, comemorando o resultado de meses de dedicação e sacrifício. Aquele momento marcou o início de uma nova fase para José Carlos. Ele sabia que o caminho não seria fácil, mas agora ele estava um passo mais perto de seus sonhos.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 21: O Dia do Vestibular

1 nov

O dia do vestibular finalmente chegou. José Carlos, nervoso, se sentia preparado, mas sabia que a competição seria acirrada. Ele e Thiago viajaram juntos até Sapucaia do Vale, a cidade onde seria aplicada a prova. A Escola Técnica era imponente, com seus laboratórios modernos e infraestrutura que fazia os olhos de José Carlos brilharem. Ele podia imaginar-se ali, aprendendo sobre circuitos, transistores e sistemas que um dia poderiam fazer parte das grandes inovações tecnológicas do mundo.

A prova em si foi desafiadora. As questões de matemática e física eram complexas, mas José Carlos se manteve concentrado, usando todo o conhecimento que havia acumulado ao longo dos meses de preparação. Sentia a pressão crescente à medida que o tempo passava, mas também a adrenalina de estar ali, no centro de um desafio que poderia definir o rumo de sua vida.

Quando terminou, sentiu uma mistura de alívio e incerteza. Olhou para Thiago, que também parecia exausto, mas confiante. Agora, só restava esperar.

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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 20: A Preparação Intensa

30 out

O vestibular para a Escola Técnica não era fácil. O colégio era conhecido por ser altamente competitivo, atraindo estudantes de todo país. As provas envolviam uma combinação de matérias que exigiam tanto raciocínio lógico quanto uma base sólida em ciências e conhecimentos gerais, áreas que José Carlos já dominava, mas sabia que precisaria intensificar seus estudos se quisesse ter chances.

Determinado a passar, José Carlos montou um plano de estudos rigoroso. Dividia seu tempo entre a escola regular e as revisões para o vestibular. Thiago, que também estava estudando para a mesma prova, tornou-se seu companheiro de jornada. Eles passavam horas na biblioteca, alternando entre os livros de eletrônica e as apostilas de matemática avançada. Enquanto os amigos começavam a explorar a adolescência com festas e distrações, José Carlos se isolava cada vez mais em seu mundo de números, textos, circuitos e fórmulas.

Os meses de preparação não foram fáceis. A pressão vinha de todos os lados. Seu pai continuava a questioná-lo sobre o Colégio Militar, sugerindo que a eletrônica poderia ser um caminho instável, enquanto sua mãe, Maria Júlia, fazia o possível para apoiar o filho sem entrar em conflito com Nivaldo. A tensão dentro de casa era constante, e José Carlos sentia o peso de ser o primeiro a querer trilhar um caminho diferente dos valores tradicionais de sua família.

Certa noite, depois de uma discussão mais acalorada com seu pai sobre o futuro, José Carlos foi até o quintal de sua casa e ficou observando as estrelas. Ele pensava sobre o que queria para si mesmo. Sabia que a eletrônica lhe dava a oportunidade de seguir algo que lhe garantisse uma profissão, mas ao mesmo tempo não era exatamente o que ele tinha sonhado. O preço emocional era alto.

“Será que estou fazendo a escolha certa?”, ele se perguntava, olhando para o céu. “Ou estou apenas fugindo do que esperam de mim?”

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 19: O Despertar para a Tecnologia

30 out

Após terminar o ginásio, José Carlos estava em um ponto crucial de sua vida. A paixão pelas ciências e pela literatura havia crescido ao longo dos anos, mas agora, aos 14 anos, ele começava a vislumbrar o futuro de maneira mais concreta. A amizade com Thiago, seu companheiro de aventuras tecnológicas, havia despertado em José Carlos um interesse crescente pela eletrônica e pela tecnologia. Os momentos em que desmontavam aparelhos e exploravam o funcionamento de circuitos e sistemas elétricos passaram de simples curiosidade para algo mais profundo: uma possível vocação.

Com as pressões em casa continuando, especialmente por parte de seu pai Nivaldo, que ainda insistia na ideia do Colégio Militar, José Carlos começou a procurar alternativas que pudessem unir suas paixões. Foi então que ele ouviu falar da Escola Técnica de Eletrônica de uma cidade em Minas Gerais, um renomado colégio de segundo grau voltado para a formação técnica em eletrônica. Thiago, que já estava decidido a seguir essa área, foi quem apresentou a ideia a José Carlos.

“Você tem jeito pra isso, cara”, disse Thiago, animado. “Além disso, é um caminho que pode te levar longe. A tecnologia está mudando o mundo, e nós podemos fazer parte disso.”

Essa conversa ficou gravada na mente de José Carlos. A eletrônica parecia um meio-termo entre o desejo de seu pai por uma carreira sólida e o seu próprio interesse por entender o funcionamento do mundo. E assim, a decisão foi tomada: ele iria se preparar para o vestibular da Escola Técnica.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.