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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 38: A Despedida da Escola Técnica

17 nov

O momento de deixar a escola técnica, onde havia passado três intensos anos, foi marcado por um misto de nostalgia e expectativa para José Carlos. Ele se lembrava de cada momento passado nos corredores e no alojamento, das amizades que cultivara, dos desafios técnicos e das muitas aventuras que compartilhara com os colegas. A escola técnica havia sido mais do que um lugar de aprendizado; tinha sido seu primeiro passo em direção à vida adulta e o início de uma jornada de descobertas.

Deixar aquele ambiente não era apenas uma questão de finalizar o curso. José Carlos sabia que estava encerrando um ciclo importante, e embora se sentisse animado com o que estava por vir, sabia que aquele capítulo da sua vida ficaria marcado. Na última semana de aulas, ele e seus amigos organizaram uma confraternização no alojamento, onde recordaram os bons momentos e se despediram do lugar que tanto significava para cada um deles.

José Carlos sentiu que levava dali muito mais do que um diploma técnico. A convivência com os colegas, os aprendizados e as habilidades técnicas que desenvolvera tornaram-se parte fundamental de quem ele era. Embora não soubesse ao certo qual caminho seguiria, ele tinha a confiança de que aquele período havia moldado sua visão de mundo e despertado nele um espírito curioso e determinado.

Deixar a escola técnica foi, para ele, não apenas o fim de uma etapa, mas o início de outra. Agora, com o curso concluído e a responsabilidade de trabalhar para se sustentar, José Carlos estava preparado para os próximos desafios.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 25: A Última Visita

5 nov

Quando José Carlos já estava prestes a deixar Seropédica, após completar 14 anos, ele fez uma última visita à professora que o alfabetizou. Dona Marcolina, agora já aposentada, vivia em uma casa simples, cheia de livros e memórias. Ao vê-lo entrar, seus olhos brilharam, e o rosto antes severo suavizou-se com um sorriso afetuoso.

“Eu sabia que você voltaria”, disse ela. “Sempre soube que você seria um daqueles que não esquecem de onde vieram.”

José Carlos sentou-se com ela na varanda, onde passaram um bom tempo em silêncio, apenas contemplando as construções que cercavam a cidade. Por fim, ele tirou do bolso um caderno simples, onde havia começado a rascunhar as primeiras páginas de uma história que pretendia escrever. Era sua maneira de agradecer a ela por ter lhe dado as asas para sonhar.

“Quero te mostrar algo, Dona Marcolina”, disse José Carlos, entregando o caderno. “Ainda está no começo, mas espero que um dia se torne algo que valha a pena ser lido.”

Dona Marcolina pegou o caderno com as mãos trêmulas, e um sorriso de orgulho se formou em seu rosto. “Você já está escrevendo sua própria história, José Carlos. E isso é o que importa.”

José Carlos despediu-se de sua mestra com a certeza de que, onde quer que fosse, as palavras o acompanhariam. A cidade poderia ficar para trás, mas as lições de Dona Marcolina estariam sempre com ele, como um farol a iluminar seu caminho.

E assim, com o coração cheio de gratidão, ele partiu para o mundo.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.