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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 51: O Recomeço de José Carlos

16 dez

A decisão de José Carlos de abraçar a carreira de professor trouxe consigo uma onda de mudanças. Ele deixara para trás a segurança do trabalho técnico para se lançar completamente em sua paixão pela educação. Apesar das incertezas, sentia-se finalmente alinhado com seu propósito.

Nos primeiros meses, José Carlos enfrentou dificuldades. O sistema educacional público era desafiador, com turmas superlotadas, recursos escassos e a constante necessidade de improvisar para garantir o aprendizado dos alunos. Mas, em meio a tudo isso, ele encontrava momentos de verdadeira realização: um aluno que fazia uma pergunta instigante, uma discussão que tomava vida na sala de aula, ou um simples “obrigado, professor” ao final do dia.

A dedicação de José Carlos era evidente. Ele começava a ser reconhecido não apenas pelos colegas, mas também pela comunidade escolar. Sua paixão pelo ensino e sua capacidade de tornar a História relevante e acessível faziam dele um professor querido e respeitado.

José Carlos sabia que sua jornada estava apenas começando. Ele já planejava os próximos passos: investir em uma pós-graduação em História da Educação, participar de projetos sociais voltados para jovens e, quem sabe, escrever sobre suas experiências e reflexões como educador. O mundo acadêmico e a prática docente ainda guardavam muitas possibilidades, e ele estava ansioso para explorá-las.

Além disso, sua paixão pela política permanecia viva. José Carlos acreditava que a educação era um ato político e sonhava em usar seu papel como professor para inspirar seus alunos a serem agentes de transformação em suas comunidades.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 50: O Chamado para a Educação

15 dez

Por outro lado, a sala de aula sempre fora onde José Carlos se sentia mais realizado. Ensinar era mais do que um trabalho; era sua forma de contribuir para a sociedade e transformar vidas. Ele se lembrava de como se sentira nas primeiras aulas que lecionou como substituto, da conexão que criara com os alunos e da alegria de ver o interesse deles pela História despertar.

No entanto, a realidade da profissão também pesava. Ele sabia que o salário de um professor na rede pública era limitado e que as condições de trabalho muitas vezes eram desafiadoras. A escolha pelo ensino exigiria coragem para enfrentar essas dificuldades em nome de algo maior.

José Carlos passou semanas refletindo. Conversou com colegas de ambas as áreas, analisou suas finanças e tentou imaginar onde estaria em cinco ou dez anos se escolhesse um dos caminhos. No fundo, ele sabia que a decisão não poderia ser baseada apenas na segurança ou no pragmatismo; precisava ouvir seu coração.

Em uma tarde tranquila, sentado em seu pequeno apartamento, José Carlos pegou um caderno e começou a listar os motivos pelos quais queria ser professor. À medida que escrevia, percebeu que a lista ia além de motivos profissionais: era sobre propósito, transformação e o desejo de impactar vidas.

Naquela noite, ao fechar o caderno, José Carlos tomou sua decisão. Ele iria abraçar a carreira como professor. Sabia que não seria fácil, mas também entendia que esse era o caminho que o fazia sentir-se vivo, desafiado e conectado ao mundo ao seu redor.

No dia seguinte, José Carlos formalizou sua saída do trabalho técnico e se dedicou exclusivamente ao ensino. Ele começou com contratos temporários em escolas públicas, mas sabia que aquele era apenas o início de sua jornada. Estava determinado a crescer na profissão, investir em especializações e se tornar não apenas um educador, mas uma referência para seus alunos.

A bifurcação que antes parecia um dilema agora era vista como uma oportunidade. José Carlos havia escolhido o caminho do coração, e isso o enchia de entusiasmo para enfrentar os desafios que viriam pela frente.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 47: Dividido entre Três Mundos

9 dez

No último ano da faculdade, José Carlos enfrentava uma rotina extenuante. Sua vida era dividida entre três grandes responsabilidades: pela manhã, trabalhava como professor na rede estadual de ensino; à tarde, atuava como técnico em eletrônica no setor de TV por assinatura; e, à noite, dedicava-se ao curso de História. Essa tríplice jornada o desafiava a equilibrar sonhos, responsabilidades e limites pessoais.

As manhãs de José Carlos começavam cedo, com o som do despertador antes mesmo do sol nascer. Ele seguia para a escola estadual, onde lecionava História para turmas do Ensino Fundamental e Médio. A sala de aula era um lugar que ele amava, mas que também exigia muita energia. Ensinar era mais do que transmitir conteúdos; era um esforço constante para engajar os alunos e lidar com os desafios do sistema educacional.

José Carlos preparava suas aulas à noite, nos intervalos entre a faculdade e o pouco tempo livre que conseguia encontrar. Ele fazia questão de trazer assuntos instigantes e ligados à realidade dos estudantes, conectando os temas históricos à vida cotidiana. Apesar do cansaço, sentia-se realizado ao ver o brilho nos olhos de um aluno que compreendia algo novo ou fazia uma pergunta curiosa.

Sem tempo para descansar, José Carlos saía da escola e seguia direto para o trabalho como técnico em eletrônica. Era um contraste marcante: das conversas sobre revoluções e movimentos sociais pela manhã, ele passava à instalação de decodificadores e ajustes técnicos no período da tarde.

Embora não fosse sua paixão, o trabalho técnico ainda tinha um lugar especial na vida de José Carlos. Ele gostava do desafio prático de resolver problemas e apreciava o fato de que aquele emprego era o que financiava seus estudos e sustentava seus projetos. No entanto, a rotina era intensa, e ele muitas vezes se via cansado ao final do expediente, já pensando na longa noite de estudos que ainda o aguardava.

Quando o dia finalmente parecia estar terminando, José Carlos seguia para a faculdade, onde vivia o ápice de sua realização pessoal. O último ano do curso era desafiador, com o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) exigindo grande dedicação. Ele havia escolhido um tema que o apaixonava: os movimentos populares no Brasil do século XX, e mergulhava nos textos acadêmicos, pesquisas e debates com entusiasmo, apesar do desgaste físico.

Seus professores na faculdade admiravam sua dedicação e sua capacidade de conectar os diferentes mundos em que vivia. Muitos não sabiam como ele conseguia conciliar tudo, mas José Carlos acreditava que a paixão pela História era o que o mantinha em pé.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 46: Desafios e Aprendizados

6 dez

Os primeiros meses como professor foram marcados por desafios. José Carlos enfrentou questões como indisciplina, desinteresse e a falta de recursos na escola. Contudo, ao invés de desanimar, ele enxergava cada obstáculo como uma oportunidade de crescimento. Aprendeu a lidar com diferentes tipos de alunos e a adaptar sua forma de ensinar de acordo com a dinâmica de cada turma.

Houve momentos de frustração, é claro, mas também de grande realização. José Carlos nunca se esqueceu do dia em que um aluno, que inicialmente parecia desinteressado, veio até ele após a aula para perguntar mais sobre o tema discutido. “Professor, nunca tinha pensado na história desse jeito. É legal ver como tudo está conectado com a nossa vida”, disse o jovem.

Esses pequenos momentos mostravam a José Carlos que seu trabalho, apesar de desafiador, tinha um impacto significativo.

Dar aulas na rede estadual antes mesmo de se formar foi um divisor de águas para José Carlos. Ele percebeu que ensinar não era apenas uma profissão; era uma vocação. A experiência confirmou sua escolha pela História e reacendeu seu desejo de contribuir para a educação como uma ferramenta de transformação social.

Quando o período de substituição terminou, José Carlos deixou a escola com a sensação de missão cumprida e um novo propósito consolidado. Ele sabia que aquele era apenas o início de sua jornada como professor, mas já estava certo de que seguiria esse caminho com paixão e determinação.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 45: A Primeira Experiência como Professor

4 dez

Antes mesmo de concluir a graduação em História, José Carlos teve sua primeira experiência como professor. Foi um momento inesperado que aconteceu no terceiro ano do curso, quando recebeu um convite para substituir uma professora na rede estadual de ensino. Ela havia se afastado por licença médica, e a escola, enfrentando dificuldades para encontrar substitutos qualificados, viu em José Carlos, ainda estudante, uma oportunidade promissora.

Apesar de sentir o peso da responsabilidade, José Carlos aceitou o desafio sem hesitar. Ele sabia que não seria fácil, mas estava disposto a encarar a sala de aula e colocar em prática tudo o que havia aprendido até então.

O primeiro dia como professor foi inesquecível. José Carlos entrou na sala com o coração acelerado e uma mistura de ansiedade e empolgação. Ao se apresentar, tentou conquistar a atenção dos alunos com uma abordagem descontraída e acessível, algo que combinava com sua personalidade extrovertida.

Ele percebeu rapidamente que ensinar em uma escola pública exigia muito mais do que conhecimento acadêmico. A turma era diversa e cheia de desafios: alguns alunos estavam atentos e curiosos, enquanto outros demonstravam desinteresse ou até resistência. José Carlos logo entendeu que precisaria adaptar suas estratégias para engajar a todos e tornar as aulas mais atraentes.

Mesmo sem ainda ser formado, José Carlos encarou a experiência com profissionalismo. Ele dedicava boa parte de seu tempo livre ao planejamento das aulas, estudando não apenas o conteúdo, mas também formas criativas de apresentá-lo. Com frequência, recorria às dicas de seus professores da faculdade e colegas mais experientes para lidar com as dificuldades que surgiam no dia a dia.

Nas aulas, José Carlos gostava de levar histórias e curiosidades que conectassem os temas históricos à realidade dos alunos. Ele usava exemplos do cotidiano para explicar desde a Revolução Industrial até o Brasil Colônia, mostrando como os eventos do passado influenciavam o presente. Aos poucos, conquistou a confiança da turma e começou a perceber mudanças no comportamento de muitos alunos.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 45: A Primeira Experiência como Professor

3 dez

Antes mesmo de concluir a graduação em História, José Carlos teve sua primeira experiência como professor. Foi um momento inesperado que aconteceu no terceiro ano do curso, quando recebeu um convite para substituir uma professora na rede estadual de ensino. Ela havia se afastado por licença médica, e a escola, enfrentando dificuldades para encontrar substitutos qualificados, viu em José Carlos, ainda estudante, uma oportunidade promissora.

Apesar de sentir o peso da responsabilidade, José Carlos aceitou o desafio sem hesitar. Ele sabia que não seria fácil, mas estava disposto a encarar a sala de aula e colocar em prática tudo o que havia aprendido até então.

O primeiro dia como professor foi inesquecível. José Carlos entrou na sala com o coração acelerado e uma mistura de ansiedade e empolgação. Ao se apresentar, tentou conquistar a atenção dos alunos com uma abordagem descontraída e acessível, algo que combinava com sua personalidade extrovertida.

Ele percebeu rapidamente que ensinar em uma escola pública exigia muito mais do que conhecimento acadêmico. A turma era diversa e cheia de desafios: alguns alunos estavam atentos e curiosos, enquanto outros demonstravam desinteresse ou até resistência. José Carlos logo entendeu que precisaria adaptar suas estratégias para engajar a todos e tornar as aulas mais atraentes.

Mesmo sem ainda ser formado, José Carlos encarou a experiência com profissionalismo. Ele dedicava boa parte de seu tempo livre ao planejamento das aulas, estudando não apenas o conteúdo, mas também formas criativas de apresentá-lo. Com frequência, recorria às dicas de seus professores da faculdade e colegas mais experientes para lidar com as dificuldades que surgiam no dia a dia.

Nas aulas, José Carlos gostava de levar histórias e curiosidades que conectassem os temas históricos à realidade dos alunos. Ele usava exemplos do cotidiano para explicar desde a Revolução Industrial até o Brasil Colônia, mostrando como os eventos do passado influenciavam o presente. Aos poucos, conquistou a confiança da turma e começou a perceber mudanças no comportamento de muitos alunos.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 44: O Trabalho de Conclusão

2 dez

Nos últimos semestres, José Carlos escolheu como tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) os movimentos operários no Brasil do início do século XX. Ele queria entender como trabalhadores de diferentes origens se uniram para lutar por melhores condições, mesmo em um cenário de grande desigualdade e repressão. Durante meses, mergulhou em arquivos, documentos e relatos, encantado com a riqueza das histórias que descobria.

O TCC foi mais do que uma exigência acadêmica; foi uma experiência transformadora que reforçou seu propósito. Apresentá-lo foi um dos momentos mais gratificantes de sua vida, pois ele sentiu que, de alguma forma, estava contribuindo para trazer à tona vozes do passado que muitas vezes eram esquecidas.

Concluir a graduação em História foi um marco na vida de José Carlos. Ele sabia que aquela etapa era apenas o início de uma jornada maior. A faculdade não apenas lhe deu conhecimento, mas também abriu portas para possibilidades que iam desde o ensino até a atuação em projetos sociais e políticos.

José Carlos saía da faculdade com um diploma nas mãos, e o mais importante, com uma mente cheia de ideias e um coração cheio de propósito. Ele estava pronto para usar tudo o que aprendera para impactar o mundo ao seu redor.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 42: Um Propósito Renovado

26 nov

O curso de História trouxe a José Carlos um senso de propósito que ele nunca havia experimentado antes. Ele se via fascinado pelas aulas, e o estudo dos eventos, líderes e movimentos sociais despertava nele o desejo de, um dia, também fazer a diferença. As disciplinas sobre história do Brasil e revoluções sociais reforçaram sua vontade de se envolver com temas políticos, entendendo que a história não era apenas um relato do passado, mas uma ferramenta para interpretar e transformar o presente.

Embora trabalhar como técnico em eletrônica não fosse sua ocupação dos sonhos, ele encarava essa fase como parte de seu amadurecimento. Sabia que, com cada dia que passava, estava um passo mais próximo de concluir a faculdade e trilhar o caminho que realmente o apaixonava. A vida, para José Carlos, tornava-se uma combinação entre o presente que ele construía e o futuro que almejava — um futuro onde poderia unir o conhecimento histórico ao seu desejo de influenciar e representar pessoas.

José Carlos entendia que esse não seria um caminho rápido ou fácil. Havia o cansaço físico e a constante necessidade de dividir o foco entre o trabalho técnico e os estudos, mas ele seguia em frente com a determinação e a energia que sempre o caracterizaram. Essa fase de sua vida representava o ponto de virada que ele precisava para encontrar seu verdadeiro propósito, e cada aula, cada instalação e cada cliente atendido o aproximavam mais de seu objetivo final. Assim, mesmo entre cabos e antenas, José Carlos sentia-se mais motivado do que nunca, confiante de que, um dia, todo o esforço valeria a pena.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 39: A Primeira Experiência Profissional

20 nov

Logo depois de terminar o curso da escola técnica, José Carlos conseguiu uma oportunidade de estágio na Valetel, uma empresa especializada na fabricação de transmissores de TV e receptores de satélite. Era sua primeira experiência em uma indústria, e ele sabia que aquele estágio seria um marco importante na sua carreira. A Valetel era conhecida pela inovação em tecnologia de transmissão, e José Carlos sentiu-se empolgado com a chance de mergulhar em um campo tão avançado e dinâmico.

O ambiente da Valetel era desafiador e exigia dedicação. Logo no início, José Carlos foi apresentado a uma equipe de técnicos e engenheiros responsáveis por testar e aperfeiçoar os transmissores de TV e os receptores de satélite que a empresa produzia. Ele se surpreendeu ao ver o processo complexo e detalhado necessário para que esses equipamentos chegassem ao consumidor final. Desde a montagem e calibração até os testes de recepção e transmissão, tudo demandava precisão e conhecimento técnico.

José Carlos começou o estágio com tarefas básicas, como organizar peças e componentes e auxiliar nos testes iniciais dos transmissores. Mas, com o tempo, ele ganhou a confiança dos supervisores e passou a ter mais responsabilidades. Ele aprendeu a programar os receptores de satélite, a calibrar sinais de transmissão e a detectar e corrigir falhas nos circuitos eletrônicos. Cada dia era uma nova oportunidade de aprendizado, e José Carlos aproveitava ao máximo as orientações dos engenheiros e técnicos mais experientes.

Um dos momentos mais marcantes foi quando ele participou do desenvolvimento de um novo modelo de receptor de satélite. Era um projeto sigiloso e ambicioso da Valetel, que exigia um nível de precisão e confidencialidade que José Carlos nunca havia experimentado antes. Trabalhar no projeto exigiu várias horas extras e dedicação intensa, mas a experiência o fez perceber o quão importante era a união entre a teoria que aprendera na escola e a prática real na indústria.

O estágio na Valetel foi fundamental para José Carlos. Além de aprimorar suas habilidades técnicas, a experiência mostrou a ele como a indústria de eletrônica era dinâmica e em constante evolução. No entanto, apesar de todo o aprendizado e da imersão no setor, José Carlos também percebeu que seu interesse continuava mais voltado para as histórias e trajetórias humanas do que para os circuitos e transmissões.

Essa percepção reforçou a decisão de José Carlos de explorar seu lado mais humano e social, sem abrir mão do conhecimento técnico que a Valetel lhe proporcionou. O estágio não só foi uma etapa crucial em sua formação profissional, mas também reafirmou seu verdadeiro propósito.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG.

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 37: Novos Horizontes para o Futuro

16 nov

O jeito expansivo e comunicativo de José Carlos não apenas o destacava no ambiente escolar, mas também apontava para dois caminhos futuros que começavam a se delinear em sua mente: a política e o estudo da história. Desde cedo, José Carlos sabia o poder que as palavras e as relações tinham para unir as pessoas, e essa compreensão o fazia refletir sobre um possível futuro em que pudesse se dedicar a algo maior do que a sua própria trajetória.

José Carlos sempre se sentiu naturalmente inclinado a defender e representar as pessoas ao seu redor. Com seu carisma e facilidade em se comunicar, ele percebia que conseguia mobilizar os colegas, inspirar confiança e incentivar até os mais tímidos a se expressarem. Essa habilidade não apenas o tornava popular, mas também o fazia enxergar o potencial de um futuro na política.

Ele começou a entender que a política era muito mais do que apenas discursos e disputas de poder. Aos seus olhos, era uma oportunidade para gerar impacto, lutar pelas pessoas e construir uma sociedade mais justa e igualitária. Sabia que o trabalho político exigia, além de boas ideias, a habilidade de unir diferentes visões e buscar o bem comum — algo que ele praticava com frequência na escola e em seu grupo de amigos. A ideia de usar sua habilidade para algo transformador o fascinava, e, aos poucos, a política foi se tornando uma paixão que ele sentia vontade de explorar.

Se a política representava para José Carlos uma maneira de agir no presente para construir o futuro, a história representava o entendimento profundo das bases do que ele desejava transformar. José Carlos sempre foi curioso em relação aos grandes acontecimentos, às figuras históricas e ao impacto das ações humanas ao longo do tempo. Ele adorava descobrir como líderes do passado mudaram o mundo, as lutas e revoluções que marcaram épocas e as consequências que os erros e acertos das gerações anteriores tiveram sobre o presente.

Por isso, além de seu interesse em eletrônica e tecnologia, José Carlos começou a dedicar parte de seu tempo livre à leitura de livros de história, biografias e relatos de movimentos sociais. Sua mente extrovertida e curiosa fazia com que ele visse a história como uma série de narrativas, cada uma cheia de reviravoltas, personagens complexos e lições de vida. O estudo da história não era apenas um hobby, mas uma forma de compreender as raízes dos problemas e injustiças que ele sonhava em combater. José Carlos via o conhecimento histórico como uma ferramenta poderosa para não repetir os erros do passado.

A combinação de sua personalidade extrovertida com a paixão pela política e pela história dava a José Carlos uma perspectiva única. Ele já sentia que, um dia, esses dois interesses se tornariam forças essenciais em sua vida. Ele sabia que sua jornada na escola técnica era apenas um começo e que, ao sair dali, ele teria novos desafios e oportunidades para desenvolver essas paixões. Com a energia vibrante que o definia, José Carlos estava mais do que pronto para abraçar esse futuro, em que a política e a história o aguardavam, não apenas como destinos, mas como missões de vida.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 29: A Conquista e o Futuro

8 nov

Com a conclusão do curso técnico e o término do 2º grau colegial, José Carlos sentia-se realizado. Ele havia enfrentado três anos de desafios intensos, mas estava saindo da escola com um vasto conhecimento prático e teórico. Além disso, sua amizade com Thiago havia se fortalecido, e ambos compartilhavam o sonho de continuar explorando o mundo da tecnologia.

A aprovação no vestibular para uma universidade de engenharia eletrônica foi a coroação de todo o seu esforço. José Carlos conseguiu uma vaga em uma universidade renomada, e a alegria em sua casa foi imensa. Mesmo seu pai, Nivaldo, que inicialmente se opôs à escolha do filho, não pôde esconder o orgulho.

“Eu não entendo muito bem o que você faz, filho”, disse Nivaldo, abraçando José Carlos, “mas sei que você está trilhando um caminho de sucesso. Estou orgulhoso de você.”

Maria Júlia, sua mãe, sempre ao seu lado, sorria com lágrimas nos olhos, sabendo que o filho havia encontrado sua própria estrada, sem ceder às pressões e expectativas externas.

Com o diploma de técnico em eletrônica nas mãos e a vaga garantida na universidade, José Carlos sabia que aquela era apenas a primeira etapa de uma jornada maior. O menino curioso de Seropédica, que um dia desmontou rádios e sonhou com o mundo além dos prédios, agora estava prestes a descobrir horizontes ainda mais amplos. O futuro o aguardava, e José Carlos estava pronto para conquistá-lo, um circuito de cada vez.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 28: O Desafio Final

7 nov

O terceiro e último ano do curso técnico foi o mais intenso de todos. Com o vestibular à porta, José Carlos sabia que precisava se preparar não apenas para concluir o curso de eletrônica com sucesso, mas também para os desafios dos vestibulares. Ele desejava ingressar em uma universidade de prestígio, onde pudesse expandir seu conhecimento em engenharia eletrônica ou ciência da computação.

Nesse ano, os projetos práticos tomaram grande parte do tempo dos alunos. Cada estudante precisava desenvolver um projeto de conclusão de curso que fosse inovador e relevante para o mercado de eletrônica. José Carlos, sempre inquieto por novos desafios, decidiu trabalhar em um projeto ambicioso: um sistema automatizado de controle de temperatura para ambientes residenciais, utilizando sensores e uma interface simples para os usuários.

O projeto exigiu que ele colocasse em prática tudo o que aprendera ao longo dos três anos. Ele precisou dominar conceitos de eletrônica analógica, sistemas digitais e programação. José Carlos passava longas noites no laboratório, ajustando os circuitos, reprogramando o sistema e lidando com problemas técnicos que surgiam.

“Não vai ser fácil, mas eu sei que você consegue”, dizia Thiago, que trabalhava em um projeto paralelo sobre sistemas de comunicação via rádio. “Você tem uma visão clara do que quer fazer.”

Além disso, José Carlos começou a estudar intensivamente para o vestibular. A rotina era extenuante: passava as manhãs e tardes na escola, trabalhando no projeto técnico, e à noite se dedicava aos estudos teóricos para os processos seletivos. Mesmo assim, ele sentia que estava no caminho certo. As matérias de física e matemática, agora mais avançadas, faziam sentido para ele, pois conseguia ver sua aplicação direta nos projetos técnicos.

No fim do ano, quando chegou o momento de apresentar seu projeto de conclusão de curso, José Carlos estava nervoso, mas confiante. Ele sabia que aquele sistema de controle de temperatura era uma pequena amostra do que ele poderia alcançar no futuro. A apresentação foi um sucesso. O professor Marcondes ficou impressionado com a complexidade e a funcionalidade do projeto, elogiando José Carlos pela inovação.

“Você foi além do que era esperado José Carlos”, disse o professor após a apresentação. “Esse tipo de visão e iniciativa vai te levar longe na carreira que escolher.”

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 27: A Vida Entre Livros e Circuitos

6 nov

No segundo ano do curso, José Carlos já estava mais acostumado à rotina intensa. Ele havia aprendido a organizar melhor seu tempo, conseguindo equilibrar as aulas teóricas do ensino médio com as exigências do curso técnico. Embora muitos colegas reclamassem da carga de trabalho, José Carlos via aquilo como um desafio pessoal. Para ele, o aprendizado não era apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de se preparar para um futuro promissor.

As aulas de eletrônica avançaram, e agora José Carlos estava estudando circuitos mais complexos, incluindo sistemas digitais e microcontroladores. Sua mente curiosa estava sempre em busca de novas descobertas. Ele passava horas extras no laboratório da escola, experimentando e testando novos circuitos, muitas vezes ao lado de Thiago, que se tornara seu parceiro de projetos.

“Thiago, olha isso”, José Carlos dizia, excitado ao testar uma nova ideia. “Se conseguirmos integrar esse microcontrolador com o sistema de sensores, podemos automatizar o controle de luzes da casa. Imagina o potencial disso!”

Thiago compartilhava o entusiasmo, e juntos eles começaram a desenvolver pequenos projetos fora do currículo. Um deles foi um protótipo de sistema de alarme caseiro, que utilizava sensores de movimento e controle remoto. Esse projeto chamou a atenção de seus professores, e foi exibido em uma feira de ciências local, onde eles receberam elogios por sua criatividade e execução.

No entanto, a vida de José Carlos não se resumia apenas aos estudos e experimentos. A adolescência também trouxe desafios emocionais e pessoais. O peso das expectativas familiares ainda era uma constante em sua vida. Embora Nivaldo, seu pai, tivesse aceitado a escolha de José Carlos de seguir o caminho da eletrônica, ele ainda demonstrava reservas.

“Você está fazendo algo bom, José Carlos”, dizia seu pai de forma contida. “Mas eu ainda acho que o Exército teria sido uma escolha mais segura.”

Essas palavras sempre ressoavam em José Carlos, mas ele já havia aprendido a lidar com essa pressão. Sabia que seu caminho estava traçado de acordo com suas paixões, e que o futuro que ele buscava dependia de sua dedicação.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 26: O Início da Jornada Técnica

5 nov

José Carlos ingressou na Escola Técnica com entusiasmo, disposto a enfrentar os desafios do curso técnico em eletrônica, concomitante com o ensino médio regular. Aos 14 anos, ele estava imerso em um novo mundo, onde as aulas eram bem mais exigentes e o ambiente, competitivo. A rotina era intensa: as manhãs eram dedicadas às disciplinas do 2º grau colegial e, durante as tardes e algumas noites, as aulas técnicas preenchiam seu tempo.

O primeiro ano do curso foi um período de adaptação. José Carlos descobriu logo nas primeiras semanas que precisaria de muita disciplina para conciliar as matérias teóricas do colégio com a carga prática do curso de eletrônica. As aulas de física, matemática e português continuavam, mas agora ele também mergulhava em um universo de circuitos, componentes e fórmulas que o fascinavam. Pela primeira vez, as equações e teorias que aprendera no ginásio tinham uma aplicação concreta nas suas mãos.

José Carlos logo se destacou nas aulas de eletrônica básica, aprendendo sobre resistores, capacitores, transistores e diodos. Seu interesse pela tecnologia era evidente, e ele rapidamente demonstrou habilidades práticas, montando e desmontando circuitos com facilidade. O professor Marcondes, um engenheiro experiente e exigente, logo percebeu o talento de José Carlos.

“Você tem potencial para ir longe nessa área, José Carlos”, disse o professor, após uma aula prática onde ele havia montado um circuito de controle de luz. “Mas o caminho será árduo, e você precisa se dedicar ainda mais se quiser se destacar.”

Essas palavras marcaram José Carlos. Ele sabia que estava no lugar certo, mas também que o curso exigiria dele mais do que simples interesse. Ele precisaria desenvolver disciplina, foco e habilidade técnica para se tornar um profissional de destaque.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

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Entre Montanhas e Sonhos | Capítulo 25: A Última Visita

5 nov

Quando José Carlos já estava prestes a deixar Seropédica, após completar 14 anos, ele fez uma última visita à professora que o alfabetizou. Dona Marcolina, agora já aposentada, vivia em uma casa simples, cheia de livros e memórias. Ao vê-lo entrar, seus olhos brilharam, e o rosto antes severo suavizou-se com um sorriso afetuoso.

“Eu sabia que você voltaria”, disse ela. “Sempre soube que você seria um daqueles que não esquecem de onde vieram.”

José Carlos sentou-se com ela na varanda, onde passaram um bom tempo em silêncio, apenas contemplando as construções que cercavam a cidade. Por fim, ele tirou do bolso um caderno simples, onde havia começado a rascunhar as primeiras páginas de uma história que pretendia escrever. Era sua maneira de agradecer a ela por ter lhe dado as asas para sonhar.

“Quero te mostrar algo, Dona Marcolina”, disse José Carlos, entregando o caderno. “Ainda está no começo, mas espero que um dia se torne algo que valha a pena ser lido.”

Dona Marcolina pegou o caderno com as mãos trêmulas, e um sorriso de orgulho se formou em seu rosto. “Você já está escrevendo sua própria história, José Carlos. E isso é o que importa.”

José Carlos despediu-se de sua mestra com a certeza de que, onde quer que fosse, as palavras o acompanhariam. A cidade poderia ficar para trás, mas as lições de Dona Marcolina estariam sempre com ele, como um farol a iluminar seu caminho.

E assim, com o coração cheio de gratidão, ele partiu para o mundo.

João Paulo é professor do CESU (Supletivo) de Santa Rita do Sapucaí, MG

A obra é fictícia. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.